terça-feira, 20 de julho de 2010

JÁ QUE NÃO FALEI NO DIA...



Imaculada Conceição



Ontem, comemoramos (antecipadamente) o Dia do Amigo numa escola em que trabalho. Ela fica próxima à escola em que aconteceu a tragédia do menino Wesley, de onze anos, atingido e morto por uma bala ("perdida"!) em sala de aula.(1*) Os professores do Rio estavam de luto! As escolas estavam de luto! Por esse motivo, em nosso Centro de Estudos, os professores ficaram entre a alegria do encontro amigo e as tristezas ao relembrarmos o episódio, sobretudo ao imaginarmos a dor dilacerante e inconsolável dos pais, o desespero dos professores que socorreram a criança, de seus coleguinhas e demais professores e funcionários da escola. E também as possibilidades disso vir a acontecer com qualquer um de nós, cariocas ou não, nós, que habitamos, trabalhamos, construímos nossas vidas, (con)vivemos em áreas "conflituosas"...

Mas não foi pra falar sobre violência e tragédias que escrevo este post! E sim para falar sobre amizade. É que ontem, na reunião do Centro de Estudos, cada professor expressou o que era pra si a amizade. Muitos deram exemplos, citando seus amigos mais queridos, relataram fatos curiosos de como a amizade nasceu, continuou ou se perdeu com o tempo, outros dissertaram sobre o significado do conceito de amizade, uma professora leu uma poesia, e teve até quem falasse sobre a origem do Dia do Amigo (nesta hora, eu me distrai, divertindo-me ao me empanturrar com as guloseimas do encontro: bolos recheados com pasta de damasco, pudim de leite casado com bolo de chocolate, pipocas, bombons, sonhos deliciosos... de modo que se alguém me perguntar qual a origem... hum...).

Olhe, eu disse “me distrai"... sim... eu e todos nós, professores... é como dizia Blaise Pascal, não importa qual grande seja a dor ou a preocupação que nos aflige... logo aparece algo para nos "distrair", nos "divertir" ("desviar": é o sentido etimológico de divertir-se, distrair-se) dos problemas, preocupações, dores etc. "Por mais cheio de tristeza que um homem se encontre, se porventura conseguirmos que entre num divertimento, será feliz durante esse tempo" (PENSAMENTOS: fr.130/Br B. PASCAL).(2)

Bem, e agora eu me distrai da "distração" (que era nossa conversa sobre amizade, além das guloseimas...)! Voltando, então...

Todos falaram sobre amizade, menos eu e outra professora. Mas ela fez melhor do que falar: ela escreveu pequenos cartões com palavras de fé e esperança e nos presenteou ao término do encontro. E eu... Eu fiquei devendo... Por isso decidi escrever este post.

Hoje eu vi na net uma reportagem sobre o episódio do aluno morto e tinha uma foto do pai do menino.(3*) Isso fez eu me lembrar de meu pai, de algo que ele me ensinou sobre a amizade. Não, nenhum paralelo com a triste história deste pai que acaba de perder seu garotinho. Eu apenas lembrei-me do meu pai ao ver a foto de um pai dedicado...

Quando era criança, eu e mais dois irmãos (sou de uma família de sete irmãos, mas só nós três, pela idade aproximada, partilhávamos as mesmas brincadeiras) adorávamos brincar de nos jogar nos braços de nosso pai de algum lugar alto. Subíamos na mureta da varanda ou na pia da cozinha ou na janela da sala e cada um de nós se lançava em seus braços. Até aí, uma brincadeira, acredito, comum entre pais e seus filhos, crianças pequenas...

O que tinha de diferente é que meu pai sempre contava a história de um homem, que se tornou "um grande homem" (se alguém conhece a história, conte-me, por favor, porque eu não lembro quem foi o cara), cujo pai brincava com ele desta mesma brincadeira de se atirar nos braços. Um dia, este pai disse pro filho: "Vem, papai vai segurar", e quando a criança se lançou, o pai o deixou se esborrachar feio no chão! E ainda completou: "Isso é pra você aprender que, se não se pode confiar nem em seu próprio pai que dirá nos outros"! Bela lição! O cara aprendeu e se tornou alguém importante!

Toda vez que nós, eu e meus dois irmãos, íamos nos atirar nos braços de papai, ele repetia as mesmas palavras da história: "Vem, papai vai segurar"! Então, nos entreolhávamos desconfiados e... não resistíamos... nos atirávamos em seus braços! Nem uma única vez papai nos deixou cair! Mas ele sempre nos fazia (re)lembrar a velha história, como quem pergunta: "por que (ainda assim) confiam"?

Bem, meu pai não formou nenhum "grande homem da história"(4), mas tenho certeza que nos deu a mais linda lição sobre a amizade e o amor! Em vez de nos ensinar que não devemos confiar em ninguém, já que até o próprio pai pode trair seu filho, ele nos ensinou que apesar de existirem pessoas que vão nos trair, nos magoar, nos deixar na mão, nos machucar (e estas podem ser inclusive as que mais amamos e confiamos), sempre existirão aquelas que, aconteça o que acontecer, nunca vão nos deixar cair e nos acolherão em seus braços! :)




NOTAS

(1)*"Wesley temia os tiros; morreu com o lápis na mão" (VIOLÊNCIA URBANA): Por Alberto Dines em 20/7/2010: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=599IMQ001

(2)Ou ainda: "Esse homem tão abatido com a morte de sua mulher e de seu único filho e sujeito ao tormento de tão grande dor, por que não está triste neste momento? Não há motivo para estranharmos: acabam de entregar-lhe uma bola e cabe-lhe atirá-la a seu companheiro, ei-lo a pegá-la de modo a marcar um ponto." (PENSAMENTOS: fr.140/Br B. PASCAL).

(3)*"Cabral pede desculpas, mas não vai a enterro de Wesley": Enviado por Jorge Antonio Barros: 18/07/2010 http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/reporterdecrime/posts/2010/07/18/cabral-pede-desculpas-mas-nao-vai-enterro-de-wesley-309066.asp

(*1 e *2)Os links levam a textos que vi na net na ocasião, cito-os apenas pelas "imagens" e pela referência ao fato, e não por qualquer outro motivo...

(4)Ao menos meu pai viu suas crianças crescerem como cidadãos de bem, ao contrário do pobre pai do menino Wesley, que só teve a chance de ver sua pequena criança injustamente morta...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

THE MESC: LE PARKOUR!




[ NOTA: Êta! Esse negócio de ter colegas talentosos... rs Que "inveja" de meu caro colega, prof. de Matemática da escola em que trabalho, Neemias (ou The Mesc, seu nick no "Parkour")! Que saudades de meus dias de menina me aventurando nos muros, telhados, árvores etc. Muito legal mesmo este... este... esporte? Bem, vejam os vídeos - aliás, muito bem feitos também! Reproduzo aqui o recado que recebi pelo Orkut junto aos vídeos. Imaculada Conceição :) ]

The MESC:
Td certo? rsrs ASSISTE MEU VÍDEO DE LE PARKOUR (O esporte de transpor obstáculos)
Tem uns 4 meses q eu treino...
Fiz um segundo vídeo... tava por fora né?
Olha o segundo aí...
Ah! Não esquece de comentar, tá?
Vlw! rs



Aproveita e vê o primeiro tbm...




Ass.: The MESC' [NEEMIAS]


NOVOS VÍDEOS... (estes eu postei aqui no blog em 02/02/11)









NOTA: Como Neemias ainda não me passou um texto falando sobre Parkour, achei interessante colocar o link da Wikipédia sobre o assunto! ;) http://pt.wikipedia.org/wiki/Parkour

Olha que legal a filosofia do Parkour que encontrei no texto da Wikipédia: "Assim como as artes marciais são uma forma de treinamento para a luta, parkour é uma forma de treinamento para a fuga"! Amei! ;)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

UM TEXTO SOBRE A COPA DO MUNDO...



[ NOTA: Eu não tenho talento pra escrever sobre futebol, Copa do Mundo e afins... Mas, vez ou outra, gosto de ler algo sobre... Gosto de crônicas de modo geral... Andei lendo muita coisa legal pela net durante a Copa do Mundo de Futebol(**), mas gostaria de publicar aqui o texto de um grande colega de trabalho, Rafael Rossi(*). Recebi seu texto por e-mail - originalmente postado no Recanto das Letras! Imaculada Conceição :) ]


COPA DO MUNDO, NÃO NA TV



Rafael Rossi (*)


A Copa do Mundo 2010 foi a Copa das zebras. Apesar disso, no fim, nenhuma grande surpresa: nem a disciplina, nem a habilidade e o talento fizeram alguma diferença nesse Mundial. Terminadas as quartas de final, o mesmo velho futebol europeu retoma sua hegemonia e uma Alemanha, melhor que a de outros tempos é verdade, mas ainda assim o futebol alemão da tática e da técnica sem nada de verdadeiramente extraordinário. A Copa do Mundo segue sem Messi e Robinho para dar brilho há uma competição que já faz muito tempo que é dominada pelos interesses do mercado.
É triste ainda ver a derrota da equipe de Dunga e ter que ouvir a Globo dizendo triunfante: “Nós avisamos!”. A Rede Globo torceu o tempo todo contra a seleção e isso porque não podia controlá-la. Essa não foi uma seleção marcada pelo futebol bonito, pelo futebol arte. Mas também não era a seleção tetracampeã de Parreira, nem a pentacampeã de Felipe Scolari. Dunga, como técnico da seleção brasileira, ganhou a Copa América, a Copa das Confederações, o primeiro lugar nas Eliminatórias da Copa do Mundo, o bronze olímpico e chegou com a seleção até as quartas de final da Copa do Mundo, assim como a poderosa Argentina de Maradona e Messi. Então, por que críticas tão contundentes a Dunga? Porque foi ele que ainda como capitão da seleção brasileira não concordava com a interferência de grandes empresas como a NIKE. Basta lembrar que diante da convulsão de Ronaldinho Fenômeno e da escalação de Edmundo em seu lugar, ele defendeu que Edmundo jogasse, quando Zagallo teve que voltar atrás e escalar o Ronaldinho, mesmo sem condições, porque ele era o garoto-propaganda da NIKE. Como técnico, Dunga se enfrentou com a Rede Globo que quer escalar o time, o técnico, ter entrevista exclusiva, ou seja, mandar na seleção. E quando não consegue o que quer, esta emissora, antiga aliada da ditadura militar, boicota e forma a opinião pública, manipulando a informação e usando da repetição, colocando em todos os seus programas, tenham ou não a ver com aquele tema, aquele assunto, a mesma mensagem. O atual técnico do Brasil também barrou os jogadores mercenários, que só jogam pelos seus clubes na Europa, ganhando milhões de dólares, e só vão para a Copa do Mundo para exibir o seu talento e valorizar o seu passe. Em tempos em que o mercado e sua lógica dominam também o mundo do esporte, exigir comprometimento, amor à camisa, espírito de equipe não é secundário. Todos os jogadores, que jogando bem ou mal, inegavelmente, lutaram até o fim no jogo contra a Holanda, disseram a mesma coisa, que estavam todos tristes no vestiário, o que é muito bom, pois evidencia que estava a equipe inteira disposta a vencer realmente. E isto deve ser ressaltado.
Então, por que, apesar disso tudo, tanta comoção entre os brasileiros. Simples: porque tudo que nós temos é o futebol. Nós vivemos num país miserável, onde poucos têm muito e a grande maioria se vira como pode. Um salário-mínimo de miséria de pouco mais de 500 reais e uma Bolsa-Família que não garante uma vida digna aos milhões de brasileiros que vivem na mais absoluta miséria, porque não têm moradia, emprego, saúde, educação e um salário que garanta a sobrevivência e muito menos o acesso a bens culturais e lazer, são a triste realidade dos brasileiros. No esporte não é diferente. O Brasil não é o país do esporte, é o país do futebol. Tanto que quando tem Olimpíada é sempre um fiasco. Voltamos para casa com meia dúzia de medalhas de bronze e uma ou outra de prata e ouro. Não existe investimento do Estado no esporte. Então, tudo que temos é o futebol. E o brasileiro deposita todas as suas esperanças, projeta todas as suas expectativas no sonho de ser campeão mundial de futebol para dizer ao mundo: “Nisso nós somos melhores que vocês! Nossos políticos são corruptos, nossas escolas não têm professores, nossos hospitais e postos de saúde não têm médicos e remédios e nós morremos nas filas dos hospitais públicos, nós vendemos soja, carne e suco de laranja no mercado mundial e importamos os seus computadores, mas somos os melhores com a bola no pé!”. É triste. E a mídia manipula e faz do nosso futebol, motivo de grande orgulho, um verdadeiro “pão e circo”. Toda quarta e domingo tem futebol na telinha da Rede Globo, logo depois da novela e durante o Domingão do Faustão e ficamos parados diante da TV, ouvindo o Galvão Bueno e esperando que o próximo gol possa nos redimir do nosso destino de fracassos e frustrações.
Voltando ao Mundial da África do Sul, podemos desligar sem culpa os nossos televisores. Nenhum time da África, pela primeira vez sede de uma Copa do Mundo de Futebol, continua na competição, nem o país sede – a África do Sul -, nem as tradicionais Nigéria e Camarões, nem a heróica Gana, que chegou até as quartas de final. O Brasil, único país pentacampeão, foi para casa; a Itália, campeã da última Copa, foi para casa logo na primeira fase; e a Argentina, a melhor seleção dessa Copa, com os mais belos dribles, que só somava vitórias até tropeçar na Alemanha, que na primeira fase fez um jogo treino com a Austrália e perdeu de 1 a 0 para a Sérvia, também o time de Maradona foi para casa. O mesmo Maradona que jogou na mesma época que Zico e que continuou até a época de Romário e Roberto Baggio, sendo o melhor dentre todos eles, e que tinha o melhor jogador da Copa em sua equipe – Messi – que encantava com seus dribles e passes maravilhosos. Depois desse final de semana, podemos esquecer a Copa do Mundo. Ignoremos os comentários ridículos da Globo sobre a convocação de Dunga, que não levou Ronaldinho Gaúcho e os meninos do Santos, sendo que, em 2002, o Felipão barrou o Romário, um craque de verdade, e não sofreu tantas críticas assim, sendo de fato o determinante a relação que os treinadores estabelecem com a mídia e com as grandes empresas. Ignoremos a melhor seleção da Alemanha dos últimos tempos, a Espanha, a favorita que chegou até a semifinal aos trancos e barrancos, o Uruguai que é o América das seleções: já foi um grande time no passado, tem tradição, tem história, mas já não joga bola e disputa campeonato de verdade há muito tempo (com todo o respeito à Celeste). E a Holanda, a Laranja Mecânica? Bom, provavelmente, vai perder na semifinal ou na final, não importa. Pode ser até uma seleção tradicional e que joga bem, mas não promete grandes emoções, nada que poderíamos ter dos pés de Messi e Robinho. Mas nada disso deve ser motivo de surpresa, afinal, a zebra é um animal da fauna africana.


Rafael Rossi, professor de História do ensino fundamental do Rio e mestrando em História pela UFF

(*) Publicado no Recanto das Letras em 03/07/2010
http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/2356545
Origem das imagens: Bandeira (Google); mascote: pintura de alunos da E.M. Mario Piragibe

(**) A grande maioria dos textos de que gostei estava no site OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/index.asp - como, p.ex., uma entrevista antiga - de 01/05/1978 - com NÉLSON RODRIGUES: “Ao cretino fundamental, nem água” postado por Geneton Moraes Neto em 01/7/2010: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=596AZL005 - ou: "Paraguai, grosseria e preconceito" por Luciano Martins Costa em 5/7/2010:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=596JDB024 - ou: "O rancor da imprensa" por Alberto Dines em 5/7/2010: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=596JDB023 - e vários outros (ver tag COPA DO MUNDO)...
Em outro site, achei ainda: "Futebol, integração (!?) e as feridas expostas da América" (que, creio eu, meu colega de História aí do texto acima vai gostar bastante... rs ] por M Angelo, em 2/07/2010:
http://crimideia.com.br/blog/?p=825 - ou: "O fim do regime militar no futebol brasileiro" - 03/07/2010: http://crimideia.com.br/olimpico/2010/07/o-fim-do-regime-militar-no-futebol-brasileiro/ etc.
E para os que gostam mais de música do que de futebol (ou tanto de música quanto de futebol)... Que tal: "Folclore e Futebol na Copa da África"? ...há muita coisa neste site: That's All Folk! Sobre a música fervida nos caldos da tradição.
http://revistamovinup.com/thatsallfolk
Agora... tem um texto que me divertiu bastante, no estilo "lenda urbana" (bem, como todo boato tem um fundo de verdade... é assim que a lenda urbana se alastra... rs): "COPA 1998: DIVULGADO O ESCÂNDALO QUE TODO MUNDO SUSPEITAVA!!!" - mas eu não vou dar o site aqui, não... quem quiser, que procure na net! Se é que você, eventual leitor desta postagem, já não o recebeu por e-mail... ;)

domingo, 30 de maio de 2010

PROPOSTA 2010: RIO DIVERSIDADE




RIO DIVERSIDADE

Texto: Jabim Nunes

PLURALIDADE
A pluralidade, característica marcante da cidade, não poderia estar melhor representada pelas múltiplas linguagens. E são estes braços sempre abertos a receber que torna o Rio um tema inesgotável.


Animação: RIODIVERSIDADE/2010 

OFICINA DE ANIMAÇÃO:  Profa. Imaculada Conceição(*)


PROPOSTA PARA 2010: RIO DIVERSIDADE

O Rio de Janeiro é a capital cultural do Brasil. Historicamente, nos seus quase 500 anos, onde abrigou a família Imperial logo após a chegada de Portugal, na cultura e na arquitetura a cidade recebeu influência portuguesa, inglesa, francesa em períodos que continuam adornando principalmente o centro da cidade. É o lugar por onde acontecem as principais manifestações culturais que o pais exporta. E a porta de entrada obrigatória das grandes mostras internacionais de artes plásticas, cinema, moda, de grandes nomes da música clássica e também do mais moderno rock, dança e ópera. Sua arquitetura guarda ícones dos séculos XVl, XVll, XVlll, XlX e, agora do século passado.

Hoje, contrastam com lâminas modernas de prédios inteligentes, retratos da modernidade da metrópole que sabe preservar seu passado. Na Lapa, bairro boêmio vizinho ao Centro.



No campo da Música o Rio é o berço do samba. Na zona sul, à beira mar, a cidade preserva alguns dos locais onde nomes como Tom Jobim e João Gilberto afinaram os primeiros acordes da Bossa Nova. Por suas características generosas, foi no Rio que se estabeleceram os maiores nomes da música brasileira, fossem baianos ou mineiros, atraídos pelos números de casas com música ao vivo, seja para ouvir, seja para dançar.




A natureza também tem peso cultural. Basta visitar o Jardim Botânico com uma das mais importantes coleções de plantas do mundo ou a floresta da Tijuca, o coração verde da cidade maravilhosa.



O Cristo Redentor
Localizado no topo de uma montanha, a 710 metros de altura,
a estátua do Cristo Redentor, no Corcovado, é, com certeza, um dos monumentos mais admirados e visitados da cidade.




Jardim Botânico
Cada um dos 141 hectáreas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro abriga alguns dos principais exemplares da flora brasileira e mundial.
Árvores seculares misturam-se a orquídeas, vitórias-régias, bromélias, flamboyants e uma vasta folhagem tropical, que fazem do Jardim Botânico o lugar preferido dos estudiosos, dos amantes da natureza, dos namorados e de todos aqueles que procuram tranqüilidade e paz.



Os Arcos da Carioca
Entraram para a história como a obra mais monumental empreendida no Rio nos tempos coloniais. Localizados no Largo da Lapa, bairro que já serviu de referência para o que de mais importante aconteceu na vida noturna do Rio.
Com a intenção de resgatar o orgulho e a auto-estima do carioca pela sua paisagem urbana que mistura a arquitetura com as belezas naturais sem deixar de fora os aspectos culturais. Visaremos desta forma, registrar e expressar nossa homenagem e amor pelo Rio.



Com o tema RIO DIVERSIDADE, cada professor tem total liberdade para trabalhar o conteúdo proposto e no final mostrar, através de exposição, seja de pintura, desenho, animação, vídeo curta metragem, música, dança etc., tendo, claro, os alunos como principais protagonistas.








NOTA: Veja ainda como ficou nossa  Mostra Rio Diversidade:  http://nucleodeartegrandeotelo.blogspot.com.br/2010/12/riodiversidade-seja-bem-vindo.html

Texto: Prof. Jabim Nunes

Fotos: Profa. Imaculada Conceição (trabalhos das Oficinas de Animação, Pintura, Desenho)


(*)Vídeo: O tema "Rio Diversidade" foi o fio condutor de todas as oficinas do Núcleo de Arte Grande Otelo em 2010. O vídeo traz diversos trabalhos realizados durante o ano na Oficina de "Animação Trash", ministrada pela professora Imaculada Conceição Manhães Marins. Há desde pequenas animações completas (como as "autorais", assinadas pelo aluno Julio), até fragmentos (cenas) de outras animações realizadas pelo grupo durante a oficina, passando por experiências livres com o uso de objetos "encontrados" no Núcleo de Arte e/ou obras realizadas nas demais oficinas.


Postado por Imaculada Conceição M. Marins

domingo, 14 de março de 2010



CHATROULETTE: A SORTE ESTÁ LANÇADA!


Imaculada Conceição

Nunca tinha ouvido falar em Chatroulette aqui no Brasil! E se não fosse eu seguir uns franceses no Twitter, creio que ia demorar muito ainda para ouvir falar nisso...

Não, não foram os franceses que criaram, mas a ideia "chatroulette" até que tem um ar (filosoficamente) bem francês. E eu creio que seja por isso que eles tem "tweetado" bastante e escrito diversos artigos sobre(1). O que acabou despertando minha curiosidade...

Chatroulette é um site que permite aos internautas conectarem-se pela webcam aleatoriamente com qualquer outro do mundo inteiro (que esteja no momento também conectado ao site). Devo dizer que não é nem de longe algo que me atraia. Primeiro, meu laptop (meu único computador no momento) é modelo antigo, daqueles que não tem uma webcam embutida (ela veio avulsa e eu a sequer tirei da embalagem!). Imagina eu aparecer toda descabelada (ao contrário de um de meus avatares no Orkut)???!! Ou, então, com cara de poucos amigos, nada sorridente - ao contrário de alguns de meus outros avatares em mídias sociais -, querendo morder o primeiro que me apareça??!! Ora, eu escolhi aquelas imagens a dedo para parecer sempre agradável - e não “aparecer” com meu gênio do momento! rs (o que não adianta muito porque minhas palavras são minha face...)!


Não, não... Isso é coisa para os mais jovens que curtem uma relação mediada por webcams...

Aliás, foi um garoto russo de apenas 17 anos quem criou este novo - e polêmico - fenômeno da net, que já ganhou milhares de adeptos no mundo inteiro em tão poucos meses (foi criado em novembro de 2009) - e até uma pesquisa acadêmica nos EUA! Andrey Ternovskiy diz ter criado o site despretensiosamente, apenas para se divertir e oferecer diversão aos moleques de sua idade, que curtem um chat amizade e xeretar bizarrices na Net!

A idéia é simples, trata-se de um "chat roleta"(2): quando o cara clica em “play”, a sorte é lançada: e vai cair aleatoriamente em alguém conectado ao site! Através de suas webcams, eles conversam ou simplesmente se olham ou fazem um show qualquer de exibicionismo! Se o internauta não gostar de quem está vendo - ou do “que” – já que por lá aparece de tudo, desde pessoas querendo simplesmente bater um ingênuo papo ou apenas dizer um “olá!” até exibicionismo sexual, pedofilia, propaganda nazista e as mais surreais bizarrices do mundo – o que torna o site com justiça condenável por muitos(3) -, basta clicar em “next” e a roleta irá novamente rodar, fazendo cair num outro acaso qualquer conectado...


Quem já experimentou diz que é um tal de “next, next, next, next...”, ninguém tem paciência de interagir por muito tempo – até porque, como eu disse, nem tudo que cai lá é agradável o suficiente... -; as pessoas ficam logo curiosas de ver onde vai tombar a próxima jogada!

Enfim, o que me fez sentir vontade de escrever algumas palavras sobre um site que sequer acessei e sequer pretendo acessá-lo é que achei bastante curiosa esta nova loucura obsessiva do mundo online! Por que será que as pessoas acham atraente deixar que a aleatoriedade do acaso escolha para elas seus companheiros de interação?

Talvez por que no final das contas todo encontro seja mesmo um tanto aleatório? ...mistura incerta de acaso e destino...

*


Só hoje (14/03/2010), assim terminei de escrever o rascunho desta postagem, é que li o primeiro texto em português sobre Chatroulette(4). Uma reflexão bem interessante de um cara que narra sua experiência com o site e tenta fazer umas relações filosóficas com o pensamento de Foucault. Vale a pena ler!

Já entrar no site Chatroulette... se você tem boa saúde, não tem estômago frágil e nem tendência a pesadelos à noite... Quem sabe?



NOTAS

(1) É só entrar no http://owni.fr/ e procurar pela tag “chatroulette” para ler vários artigos interessantes sobre (ou referências remetendo a outros sites com artigos pertinentes).

(2) Chatroulette quer dizer: “chat” – aqueles dos bate-papos online – e "roulette" – roleta.

(3) Escreve Vicente Glad (tradução não literal): "Chatroulette não é um site não indicado aos menores de 18anos. Isso seria muito limitativo. Chatroulette não é recomendado aos menores de 18 anos, às pessoas de idade, aos cardíacos, aos tímidos e, pra ser mais geral, a todos aqueles que ainda creem em uma humanidade digna"! Muito bom este texto: "Chatroulette, le grand frisson du Net", Vincent Glad http://www.slate.fr/story/16803/chatroulette
Neste artigo, o autor relaciona alguns dos motivos que fariam o sucesso do site Chatroullet e ainda tece um interessante parelelo com a filosofia de Emmanuel Levinas.

(4) "Chatroulette", postado por Andre Lemos no Blog Carnet de Note (em 21/02/2010): http://andrelemos.info/2010/02/chatroulette/

O autor cita um artigo do New York Times - de onde ele diz ter ouvido falar pela primeira vez sobre Chatroulette - "The Surreal World of Chatroulette" http://www.nytimes.com/2010/02/21/weekinreview/21bilton.html?partner=rss&emc=rss

(5) Uma curiosidade (li hoje na net: 14/03/2010): os brasileiros já "piratearam" Chatroulette: temos uma versão tupiniquim chamada Cata Papo! Li aí neste site (onde há também o link de acesso a Cata Papo): http://info.abril.com.br/noticias/internet/chatroulette-e-copiado-por-brasileiros-13032010-10.shl


sábado, 13 de março de 2010

UM CONSOLO...

Noite estrelada - Van Gogh



Estava tentando corrigir o texto de minha postagem anterior, pois estava - aliás, como me ocorre muitas vezes... – com palavras e passagens repetidas... mas... Consegui, não! Quando substituía os termos por pronomes ou sinônimos - conforme o caso -, ou cortava um pedaço da escrita etc., via que não ficava nada legal. Então, deixei assim mesmo como estava (pra não piorar! rs)... Há um escrito de Blaise Pascal que sempre me consola nesses casos insolúveis! ;)


“Quando num discurso se encontram palavras repetidas e que, tentando corrigi-las, nós as achamos tão adequadas que estragaríamos o discurso, cumpre deixá-las: marcam a personalidade. A inveja, que é cega,não sabe que essa repetição não é erro nesse lugar, pois não existe regra geral”. PASCAL, Blaise (Pensamentos, fr.48/Br.)



sexta-feira, 12 de março de 2010

VASCULHANDO ESTRELAS E CORAÇÕES: O Pensamento de Mario Schenberg por J.L.Goldfarb


“Como foi que um físico, afeito à abstração, uma pessoa acostumada a objetos imateriais e invisíveis, campos e partículas elementares, pode se interessar profundamente pelo material e colorido mundo das artes?” (Goldfarb)



VASCULHANDO ESTRELAS E CORAÇÕES

(O Pensamento de Mario Schenberg por José Luiz Goldfarb)






Imaculada Conceição


O mínimo quando se ganha um presente é agradecer. Mas como sou por demais lenta, só agora – semanas depois... – é que estou a escrever estas palavras. Certo, o livro não era (só) para mim, mas, como veio com dedicatória, fiquei feito criança não querendo largar o doce (i.e., depositá-lo nas prateleiras da biblioteca da escola)...

O título desta postagem se deve ao fato de que quando li sobre Schenberg lembrei-me de Blaise Pascal, o único físico e matemático que estudei mais de perto. Só que na época de Pascal (séc. XVII) não havia esta profissionalização, especialização, de ser físico, matemático, cientista, era tudo um pouco amador, os caras eram verdadeiros aventureiros do conhecimento. Pascal, mais do que amar a matemática e a física – lembremos que, além de fazer parte da História da Matemática, foi ele um dos que teorizou e realizou experiências sobre o vácuo, entre várias outras genealidades para a época –, dedicou-se também a pensar o destino dos humanos sobre a terra, os costumes, a psicologia dos comportamentos, os paradoxos da política, a fé, a religião, a razão etc. Além de se preocupar com questões ditas “práticas”: foi ele quem projetou a primeira máquina de calcular - para aliviar o trabalho de seu pai -, quem criou, junto com um amigo, os primeiros transportes públicos da França, quem entrou em polêmicas político-religiosas para defender seus amigos jansenistas e sua irmã religiosa de Port-Royal - etc.

Dá até para ver aí um certo traço com a inicialização de Schengerbg aqui no Brasil. Formado em Engenharia e Matemática, começa a trabalhar com Física numa época em que isso não era ainda profissão em nossas terras, e tinha um gosto que o atraía para várias áreas do conhecimento e das vivências do humano: interessava-se por artes, política, misticismo, cabala, religião etc.

Schenberg... Certamente, já tinha ouvido falar e lido alguma coisa de Schenberg quando estive ligada mais de perto às artes visuais; mas como ele era de uma geração mais antiga de críticos de arte, e quando se é jovem a gente fica mais ligada aos nomes do momento (e são estes que acabam por ocupar nossa memória ativa), Schenberg era apenas um nome dormindo em minha memória remota. Um nome que só foi despertado quando entrei na página da net que remetia ao livro de Goldfarb(1).

E como, habitualmente também, quando lemos um artigo de crítica de arte, muito raramente nos perguntamos “quem é o cara que escreve?”, i.e., o que ele faz da vida além de pensar, refletir, apreciar e escrever sobre arte, jamais poderia imaginar que se tratava de alguém com uma formação ligada à matemática, à física, enfim, às “ciências exatas”.

É comum aos que não são desta área ter uma visão preconceituosa daqueles que optaram pelas ditas ciências exatas. Os imaginamos como pessoas pouco preocupadas com os sentimentos, com a beleza, com a poesia da vida e da criação humana. Julgamos habitualmente os cientistas como racionais ao extremo, analíticos insensíveis da estrutura íntima do mundo e do universo - apenas preocupados em esquematizá-los pra daí montar sistemas -, secos e metódicos, ocupados com intrincados cálculos numéricos, com os olhos sempre metidos em algum microscópio ou telescópio, com o pensamento voltado pra algum canto da mente onde não reina a beleza da vida e os paradoxos do viver humano sobre a terra...

Ora, é isso que vemos desmentido no livro de José Luiz Goldfarb: Voar Também é com os Homens: O Pensamento de Mário Schenberg, Edusp, SP, 1994.


Fala Goldfarb da vida, obra e pensamento deste que foi seu grande mestre. A trajetória que percorreu para se tornar o físico renomado, respeitado internacionalmente, o professor universitário de prestígio, muito querido e admirado por seus alunos e pares acadêmicos, o pensador do filosófico “núcleos fundamentais”, o político militante, idealista, solidário e preocupado com os destinos do mundo humano, o cidadão que tinha “a vida como praxis” - como fala Goldfarb -, o apreciador e amante das Artes, crítico estimado e reconhecido pelo público e pelo meio artístico... até seus últimos dias de vida, que Goldfarb presenciou e descreveu num dos mais belos momentos do livro...

“[Havia momentos em que Schenberg] parecia estar ouvindo de uma forma diferente, estranha, como ele costumava dizer. Não respondia com palavras, mas com expressões faciais e poucos sons mal articulados. Depois de ter passado anos escutando Mário Schemberg, foi realmente um período muito diferente pra mim” – confidencia Goldfarb (2).

Schenberg tornou-se “profissionalmente” crítico de arte (3) quando ficou impossibilitado de lecionar na Universidade por conta de questões políticas – ele foi perseguido por ter pertencido ao Partido Comunista Brasileiro - na época da repressão do regime militar no Brasil. E pra quem não conhece o “métier”, um crítico de arte não é o burocrata ou o analítico da arte a descrever, especificar, medir, avaliar e catalogar uma obra, um trabalho de arte. O crítico – e creio que o próprio Schenberg não atentava muito pra isso, senão... por que recusar o “título”? (4) - é aquele que tem sensibilidade (associada a conhecimento e capacidade reflexiva) para por em palavras a força ou fraqueza de um trabalho, sua pertinência ou impertinência, sua inserção no espaço da arte, sua poesia e suas loucuras...

“Como foi que um físico, afeito à abstração, uma pessoa acostumada a objetos imateriais e invisíveis, campos e partículas elementares, pode se interessar profundamente pelo material e colorido mundo das artes?” – provoca Goldfarb (5).

Sim, físicos – como o próprio Goldfarb em sua formação e atuação acadêmica como historiador da Física – são homens sensíveis. São poetas. Senão não se interessariam e se dedicariam tanto às estruturas nano e macro deste nosso mundo e universo...

“...na estante de mário / física e poesia coexistem” (6)


NOTAS

(1) GOLDFARB, José Luiz. Voar Também é com os Homens: O Pensamento de Mário Schenberg, Edusp, SP, 1994. Neste site, é possivel acessar o livro on-line e ler algumas de suas páginas: http://books.google.com.br/books?id=dFRC7Y_E6p4C&printsec=frontcover&source=gbs_v2_summary_r&cad=0#v=onepage&q=&f=false


(2) GOLDFARB, J. L. (p.62)

(3) Mario Schenberg, no entanto, não se intitulava crítico de arte – como testemunham suas próprias palavras, citadas por Goldfarb em seu livro: “[...] eu não sou crítico de arte e muito menos teórico da arte. Sou uma pessoa que sempre gostou de arte, sempre se interessou pela arte. [...] Foram os artistas que confiaram em mim” (p.127).

(4) Ver nota acima.

(5) GOLDFARB, J.L. (p.126).

(6) Versos da poesia “Hieróglifo para Mário Schenberg” de Haroldo de Campos, citado por GOLDFARB, J. L (p.123).

(7) Imagens: pinturas de José Roberto Aguilar; capa do livro de Goldfarb.


sábado, 20 de fevereiro de 2010

"Vou chorar, desculpe mas eu vou chorar..."




Hehehe Vou chorar, não.... O título é um pedaço de música sertaneja que canta nas rádios (eu sou fã de rádio!)! Além do mais, a casa tá cheia e eu aprendi desde muito cedo a não chorar em público. Tem funcionado... Eu fui uma criança muito doente e tomava injeções diariamente. Para eu não chorar, meus pais me prometiam pirulito de chocolate - que vendia na carrocinha da Kibom que circulava pelas ruas, trajeto até a farmácia ou o posto médico (...é, crianças se vendem fácil... mas não é o que me "comprava" - juro! rs - mas o cuidado deles em tentar me consolar...-) e diziam que era preciso eu ser forte....

Ah, o por quê desta postagem? Sim...

Há dez anos que pretendo escrever um texto sobre uma banalidade (?) de nosso mundo contemporâneo, mas... Por um motivo, por outro, eu desistia... Mas eis que hoje, finalmente, eu havia me decidido a escrevê-lo! Só que... Puts! Deve existir mesmo esse negócio de carma! rs
Só que antes eu tive a (in)felicidade - ... é ...não foi tão doído assim... até me senti feliz... - de ler umas coisas na net... Ai! Aí me deu um nó na garganta e apenas esta vontade de fazer essas "pichações virtuais" aqui no blog!

Não, não tenho mais forças para escrever... Quem sabe daqui mais uns dez anos (se eu ainda estiver neste mundo e/ou se o mundo ainda estiver aqui conosco ...)!



P.S. "Sentimental eu sou..." Outro pedacinho de música... rs (Altemar Dutra)

;)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010


UM TEXTO PERTINENTE: A inclusão e expressão dos surdos por meio da arte


Cena da animação "Coisa Estranha" (stop motiom - massinha) realizada pelos alunos da turma de Animação do Núcleo de Artes Grande Otelo (2o.sem./2009)



Trabalhei ano passado, 2009, Arte-animação com uma turma de deficientes auditivos. O colega prof. Jabim Nunes, da Oficina de Pintura do Núcleo de Artes Grande Otelo, enviou-me este pertinente texto do blog ACESSO: BLOG DA DEMOCRETIZAÇÃO CULTURAL que gostaria de compartilhar(1). Imaculada Conceição


A inclusão e expressão dos surdos por meio da arte

Por Heloisa Bezerra
09/2009




Eles são mais de cinco milhões de pessoas no Brasil, segundo o censo do IBGE realizado no ano 2000. Diariamente, enfrentam uma série de dificuldades relacionadas à comunicação, pois sua língua materna não é o português. Nem todos compreendem a língua portuguesa. Comunicam-se através de Libras, a Língua Brasileira de Sinais, uma das línguas oficiais do Brasil. Comemoram, no dia 26 de setembro, o Dia Nacional do Surdo, data que marca a luta da comunidade surda por inclusão e acessibilidade e que presta uma homenagem à inauguração do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), primeira escola brasileira voltada para o ensino de surdos, fundada em 1857.
No Brasil, a comunidade surda, apesar de numerosa, é pouco percebida pela sociedade. Por barreiras linguísticas, os surdos muitas vezes são impossibilitados de exercerem a sua cidadania. Como participar de uma audiência pública se não há interpretes disponíveis? Ou, ainda, como ter acesso a serviços básicos e garantidos pela Constituição como saúde e educação se nas escolas, nos hospitais e postos médicos há uma deficiência de profissionais que sabem Libras ou que são capacitados para a interpretação? Assim, os surdos tornam-se estrangeiros em seu próprio país.
Em 2005, foi editado o decreto n 5.626, que regulamenta a lei n 10.436 e trata da garantia do direito à educação por meio da língua de sinais, instituindo a presença obrigatória de intérpretes em estabelecimentos públicos de ensino, a fim de possibilitar o aprendizado de alunos surdos. Na prática, entretanto, isso nem sempre acontece. Além disso, poucos professores sabem Libras e são capacitados para trabalhar com metodologias adequadas para o ensino de surdos. Crianças surdas devem ser alfabetizadas primeiro em Libras – sua língua materna – e depois em português para facilitar o processo cognitivo de aprendizado. Essa deficiência do sistema de ensino contribui com a construção de um abismo entre surdos e ouvintes, visto que torna ainda mais difícil o aprendizado da língua portuguesa para os primeiros.
Nesse contexto, as artes, sobretudo as visuais, surgem como um canal capaz de gerar mudanças. A imagem, concebida pela fotografia, por vídeos ou pinturas, por exemplo, pode ser utilizada como uma poderosa ferramenta pedagógica e comunicacional. Ela comunica a partir do momento em que é pensada, produzida, até quando é contemplada por outras pessoas, ocasionando reações, reflexões e sentimentos distintos. No caso de pessoas surdas, os estímulos visuais são ainda mais importantes, pois são sua principal forma de comunicação com o mundo, já que seus olhos fazem também o papel dos ouvidos. Além disso, a participação em atividades culturais estimula a criatividade e o pensamento crítico, contribuindo com o desenvolvimento de cada um.
Com a criação de imagens e a divulgação das mesmas, pessoas surdas assumem o papel de produtoras de bens culturais. Elas passam, assim, a inserir seus discursos na sociedade, dando visibilidade a temas que lhe são importantes, expondo suas ideias e concepções de mundo. Por meio da arte, os surdos dialogam não só com os seus familiares e pessoas próximas, mas também com a sociedade na qual estão inseridos. Isso toma proporções ainda maiores com a internet, que ultrapassa qualquer fronteira geográfica. Há, dessa forma, uma democratização da informação, através da inserção do discurso de grupos que historicamente são excluídos dos meios tradicionais de comunicação. Por isso, é de extrema importância a criação e desenvolvimento de iniciativas que se utilizem da arte para garantir a inclusão de pessoas com deficiência.
Por último, a democratização da cultura enriquece a produção cultural do País e traz benefícios a todos. Este é, no entanto, apenas o primeiro passo na busca de um modelo de sociedade mais justo. É preciso perceber a necessidade de criar oportunidades para que as pessoas cresçam, ocasionando, consequentemente, o desenvolvimento da sociedade como um todo. Não é apenas conviver com a diferença, mas valorizá-la.

Heloisa Bezerra é formada em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco.

Trabalha como assessora de comunicação no FotoLibras, projeto de fotografia participativa com surdos que utiliza a fotografia como meio de expressão e comunicação, a fim de aumentar a visibilidade e a inclusão da comunidade surda na sociedade.

Colaborou com este artigo André Luiz Lemos de Souza, coordenador surdo do FotoLibras, que foi aluno do curso de fotografia oferecido pelo projeto em 2007.

Crédito foto: Graciliano Paes – aluno da primeira turma FotoLibras (2007)

NOTA

(1) ACESSO: BLOG DA DEMOCRETIZAÇÃO CULTURAL: http://www.blogacesso.com.br/?p=1563 A foto que abre a postagem é detalhe de uma das animações feitas por meus alunos da turma de deficientes auditivos da Oficina de Animação do Núcleo de Artes Grande Otelo("Coisa Estranha", stop-motiom/massinha 2o. sem.2009). A foto (de Gracilianos Paes) que acompanha originalmente o texto vem abaixo do título do artigo e autoria.

(2) Vejam o vídeo-animação "Coisa estranha", entre outros realizados no Núcleo de Arte Grande Otelo, no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=Drd9bvqz-LQ&feature=player_embedded ou no blog (tag Animação): http://nucleodeartegrandeotelo.blogspot.com/search/label/Anima%C3%A7%C3%A3o

(3) Vejam o MAKING OFF da oficina especial de Animação (2009) no vídeo a seguir (ou na postagem de 31/03/2011 - blog do Núcleo de Arte Grande Otelo: http://nucleodeartegrandeotelo.blogspot.com/2011/03/oficina-de-animacao-especial-educacao.html )

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Outro texto legal sobre a questão do jornalismo.... "Quem é o dono da entrevista?"

[ Como prometi na nota do texto de 29/01/2010 - "A Arte ou o Ar?" -, aqui vai o artigo de Carlos Castilho - postado em 4/1/2010 no site Observatório da Imprensa - link na nota (1) - que fala de uma situação bastante interessante: Quem, afinal, é o "dono", i.e., detem os direitos autorais, de uma entrevista? O entrevistado? Ou o entrevistador? (1) Imaculada Conceição ]


QUEM É O DONO DA ENTREVISTA?





POR: Carlos Castilho


Em outubro do ano passado dei uma entrevista por email para um aluno de faculdade de jornalismo e, ao finalizar, perguntei se poderia reproduzir o texto aqui no Código. A resposta foi negativa, fiquei meio confuso mas só dois meses depois é que dei conta de todas as implicações da questão.

Agora em dezembro, o jornalista inglês Paul Bradshaw reproduziu uma experiência pessoal quase idêntica e que tem a ver com uma nova situação criada pela internet na controvertida questão do direito de autoria. Trata-se de uma polêmica que ainda vai der muito pano para manga.

Tudo porque estão em jogo duas visões diferentes sobre um mesmo fato, ou situação. O entrevistado acha que é o dono de tudo porque afinal de conta as idéias, reflexões, experiências, percepções e opiniões são fruto de sua realidade pessoal. Já o jornalista está convencido de que a partir do momento em que ele colocou no papel ou transmitiu pela rádio e TV, ele passa a ser o proprietário dos direitos autorais do produto final, mesmo citando as fontes.

As duas partes esgrimem argumentos lógicos. O entrevistado por razões óbvias, já que ele só foi consultado porque acumulou um conhecimento fruto de seu trabalho pessoal. Se ele publicar tudo num livro, ele tem os direitos absolutos sobre a obra.

Já o repórter justifica sua negativa de reprodução alegando que ele o dono das perguntas, da idéia da entrevista e principalmente de sua edição, o que configuraria uma obra com características próprias e também pessoais.

Esta questão do direito de publicação pelo autor de entrevistas ou declarações dadas a terceiros está se tornando cada dia mais importante porque, além da autoria, também está em jogo o problema do contexto. O jornalista faz entrevistas que depois podem ser usadas em contextos informativos bem diferentes dos imaginados pelos entrevistados.

Assim, por exemplo, cresce a cada dia o número de órgãos governamentais que publicam em seus sites corporativos entrevistas e comunicados distribuídos à imprensa em geral. O caso do blog da Petrobras ainda está na memória de todos nós, em especial a reação dos grandes jornais brasileiros.

Grande parte da dimensão adquirida pela questão é uma conseqüência do desejo de ter o controle sobre conteúdos informativos, seja pelo entrevistado ou pelo entrevistador. Desejo este que pode ter motivações econômicas ou políticas.

No meu caso era o de disponibilizar para os leitores do Código uma reflexão que produzi para um estudante de jornalismo preparando o seu trabalho de conclusão de curso e que provavelmente seria lida apenas pela banca examinadora.

Enquanto a questão for vista pelo lado do controle e de seus interesses implícitos vai ser quase impossível chegar a um denominador comum. Há até a possibilidade de situações esdrúxulas como o repórter ter o direito sobre as perguntas e o entrevistado sobre as respostas. É algo kafkiano porque numa entrevista - seja ela escrita, em áudio ou em vídeo - é impossível separar as partes.

É por isto que cresce a cada dia a percepção de que, pelo menos no caso de uma entrevista, ninguém teria direito a nada. O entrevistado porque esta dando um esclarecimento ao público e não ao repórter. Este, por seu lado, assume na função jornalística, o papel de representante do leitor, ouvinte ou espectador.

Se tomarmos o público como referência, a polêmica deixa de existir porque tanto o entrevistado como o entrevistador estão prestando um serviço a terceiros. Mas como a maioria dos jornalistas assume que é dono daquilo que publica, as fontes de informação começam a reivindicar o mesmo direito na medida em que descobrem que também podem publicar o que querem na internet. Daí o impasse.

NOTA:

(1) Ver ainda este outro texto de Carlos Castilho sobre a polêmica questão de um jornalismo profissional (das "velhas" mídias) e um jornalismo amador ("jornalismo cidadão, jornalismo participativo, jornalismo online, digital, interativo, móvel"): "Jornalismo em rede: onde profissionais e amadores se encontram" postado em 29/12/2009 Observatório da Imprensa http://www.observatoriodaimprensa.com.br/

Sobre o diploma de jornalismo: "E o diploma virou notícia..."




[ É... eu disse - e dizer isso já está ficando repetitivo - que pretendia publicar, em especial, meus velhos textos - sobretudo os ligados à minha prática como educadora artística no ensino público fundamental - mas também sobre alguns outros assuntos... - os de filosofia nem digo, pois posso enviá-los - aliás é o que faço, mas nem sempre são aceitos... - para revistas acadêmicas ou "especializadas" no assunto (bobagem, eu sei, pois posso enviá-los para ou escrevê-los em qualquer canto). Mas... vejo que este blog virou mesmo bagunça!!! Estou postando muito mais o que me dá na telha - algo já também previsto na descrição de meu perfil - embora como "exceção" e não como "regra"! - do que o pretendido inicialmente! Enfim... Gostei deste texto (que não é de minha autoria, os créditos estão aí embaixo...). Ele já estava em meus rascunhos anteriores do blog, mas eu passei pra data de hoje: chega da loucura de textos entrando um dia com a data de milênios atrás! Cabe dizer ainda, que não é porque gostei do assunto do texto - e de um outro que vou postar em seguida - que algum dia pretendi, sonhei, quis - ou sei lá o quê - ser jornalista ou coisa equivalente! Também nunca pretendi ser blogueira "profissional"! Fiz este blog porque era minha primeira pretensão assim ingressei na net... - algo como os primeiros blogs... "diários virtuais"... ou qualquer coisa do tipo... As pessoas me mostravam seus blogs e sites e eu ficava sonhando montar o meu... Mas... sei lá por quê - creio que tenha sido pela minha habitual preguiça - montei primeiro um perfil numa rede social (então muito em moda aqui no Brasil: Orkut) e fui ficando por lá... Montei perfis, apaguei perfis, ressuscitei perfis... etc. Um dia, senti vontade de - finalmente! - montar o blog!!! Não ficou bem como eu pensava, sonhava, queria, pretendia etc. Sem contar que estou no atraso... Dizem que os blogs estão perdendo terreno para as redes sociais, sobretudo do tipo microblogs (2)! Ninguém tem mais paciência de escrever e ler muito... Mas, enfim... tudo a seu tempo... comigo... sempre num tempo descompassado... ;) ]


E O DIPLOMA VIROU NOTÍCIA...



Publicado em "OLHAR VIRTUAL - UFRJ - DE OLHO NA MÍDIA" na edição nº. 256, em 01 de julho de 2009 [esta cópia foi retirada da edição n. 282 de 05/01/2010 (1)]


POR: Isabela Pimentel

A votação histórica do dia 17 de junho colocou o jornalismo na própria pauta dos principais veículos de comunicação do país: a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fez com que o diploma para o exercício da profissão de jornalista não seja mais obrigatório. O decreto-lei nº 972/69, que regulamentava a profissão, foi extinto, gerando debates acalorados entre estudantes, professores, profissionais da área e no interior da própria mídia, considerada como “quarto poder” e “formadora de opinião”.

O presidente e relator do STF, Gilmar Mendes, afirmou que exigir diploma para o exercício do jornalismo é ir contra a Constituição do país, que assegura liberdade de opinião e informação.

Mídia: tendenciosa ou imparcial?

Diversos jornais manifestaram sua posição sobre o tema, como O Globo, que na coluna “Opinião” do dia 19 de junho apresentou a revogação da Lei de Imprensa no mês de maio e a recente queda do diploma como remoção de “dois entulhos autoritários, para o bem de todos, menos, no caso do diploma, de algumas corporações sindicais”. O mesmo editorial afirma que o fim da obrigatoriedade possibilitará ampliação da diversidade, ao permitir que profissionais com outras formações convivam ao lado dos jornalistas, já que “há lugar para todos nas redações”.

Além disso, em comunicado oficial, divulgado no dia 18 de junho, o vice-presidente das organizações Globo, João Roberto Marinho, afirmou que o fim do diploma "apenas ratifica uma prática da organização" e que a decisão é bem-vinda ao atestar uma situação já vivida nos principais órgãos de comunicação, que antes mesmo da revogação já apresentavam, em seus quadros, equipes compostas por especialistas de outras áreas, “com talento reconhecido, mas que não se formaram na profissão”.

Para o presidente da Fundação Biblioteca Nacional e professor da Escola de Comunicação da UFRJ, Muniz Sodré, poucos nomes dos grandes veículos se manifestaram contra o fim do diploma, citando como exemplo Zuenir Ventura. Sodré afirma que os conglomerados da informação são favoráveis ao fim da obrigatoriedade do diploma e estão fazendo uma cobertura bastante parcial, ao divulgar apenas notícias, opiniões e editoriais convenientes a seus interesses.

Por outro lado, há aqueles que negam a cobertura tendenciosa, alegando que houve pouca discussão sobre o assunto, como Maurício Lissovsky, professor da Escola de Comunicação. “A mídia também comprou o discurso que confundia o fim da obrigatoriedade do diploma com uma virtual extinção do curso de jornalismo (que nunca esteve em questão). Por isso, perdeu-se a oportunidade de aprofundar uma discussão em torno da reforma universitária e do tipo de formação profissional e acadêmica que devemos ter no país”, afirma.

Histórico

Em outubro de 2001, o Ministério Público Federal entrou com ação favorável à extinção do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, e em seguida uma liminar consolidou a proposta. Quatro anos depois, a Federação Nacional dos Jornalistas e a União se opuseram à decisão e, no mês de outubro, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região declarou que o diploma era necessário. Em novembro de 2006, o STF garantiu a validade da atividade jornalística dos profissionais que já atuavam na profissão, sem registro no Ministério do Trabalho e diploma de graduação na área.

Em 30 de abril deste ano, os ministros do STF votaram pela derrubada da Lei de Imprensa, editada em 1967, durante o regime militar, alegando que ela era incompatível com a democracia e com a atual Constituição Federal. Para Lissovsky, o fim da exigência do diploma corresponde a um impulso à reforma universitária, com a possibilidade de criação de graduações em dois ciclos, deixando a formação jornalística como uma especialização do segundo ciclo, que poderá ser cursado por alunos de outras áreas do conhecimento. “Tenho esperança de que a desregulamentação da maioria das profissões seja um grande impulso à reforma universitária porque acredito que a criação de cursos estanques (como dominantemente existem no Brasil) tenha sido fruto dessas regulamentações e dos ‘direitos’ que criaram”, declara.

Emenda defende diploma

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) apresentou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em prol da exigência do diploma de curso superior de comunicação social para o exercício da profissão de jornalista. Para que haja validação, a emenda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ser aprovada por três quintos dos senadores em dois turnos, o que equivale a 49 dos 81 votos.

Além disso, entidades como a Fenaj e sindicatos de jornalistas de estados como Rio de Janeiro e São Paulo se opuseram à decisão do STF, defendendo claramente a validade do diploma para o exercício da profissão, alegando que a não-obrigatoriedade atende ao interesse dos grandes conglomerados de comunicação e dos patrões.

Para tais segmentos, a formação superior é fundamental para o exercício da profissão e para a defesa dos interesses dos direitos dos jornalistas como categoria. A desregulamentação seria uma ameaça a direitos como jornada de trabalho e acordo coletivo. A retirada do diploma ofereceria riscos à produção de informações com compromisso e qualidade.

Muniz Sodré considera a extinção do diploma uma vitória da lógica do mercado. “Com diploma, o jornalista tem estatuto clássico enquanto representante de opinião e dos interesses da sociedade; sem ele, haverá contratações com base na prestação de serviços. Desorganizar a profissão interessa aos grandes veículos. Significa retirar o estatuto profissional para melhor comandá-lo, é um rebaixamento na condição do jornalista”, argumenta.

NOTA

(1) Ver o link do Olhar Virtual/UFRJ em "Minha lista de blogs e sites".

(2) Li isso em vários lugares (p.ex., em alguns textos do site francês: http://owni.fr/ ), mas não sei mais precisar exatamente quais... Mas posso citar este que acabo de ler: "Neurociência. Funcionamento do cérebro dos jovens está remodelado. Internet pode comprometer a capacidade de concentração", postado em 12/02/2010 no site: http://www.otempo.com.br/ "Uma outra pesquisa aponta que os jovens estão perdendo o interesse nos blogs e se voltando cada vez mais para formas mais curtas de comunicação. Segundo o estudo feito pelo Pew Research Center, o número de jovens internautas entre 12 e 17 anos que escrevem em blogs caiu de 28% para 14% desde 2006. Os adolescentes têm preferido postar em sites de redes sociais ou microblogs, como o Facebook e o Twitter." A pesquisa fala de adolescentes e jovens, mas tudo indica ser esta uma (nova) tendência geral...